quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Zé Povinho - Rafael Bordalo Pinheiro

I- Identificação da Obra
1. Obra
O Zé Povinho

2. Autor
Rafael Bordado Pinheiro
3. Data
O aparecimento na imagística portuguesa do zé-povinho foi em 1875
4. Período
Foi no período da arte Nova. A essência da Arte Nova é uma linha, uma extensa curva sinuosa que se encontra em cada design deste estilo. A Arte nova rejeitava a ordem da linha recta e do ângulo recto, a favor de um movimento mais natural. Quer estas linhas tenham sido usadas em pinturas realistas de formas naturais, quer como formas abstractas evocativas de uma vitalidade orgânica, a ênfase centrava-se no desenho decorativo, bem como na uniformidade, uma superfície em que esta preocupação pelo linear – a linha da Arte Nova – se podia desenvolver. A solidez, o volume, a continuidade, qualquer ligação com o peso ou a estabilidade e a quietude opunham-se ao estilo Arte Nova.
5. Proveniência
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, situado no Campo Grande, 382 - Lisboa), apesar da grande parte da sua colecção se encontrar na Caldas da Rainha. O museu era construído em 1913 no Campo Grande, para expor a obra de Bordalo.( Não encontrei nei o mapa).
6. Tema
Condensa a imagem e a simbologia do ser lusíada. Visto de uma perspectiva marginal, o zé-povinho, mantendo o trajo rústico compósito, é a representação simbólica da funda ruralidade do ser lusitano que se marginaliza no novo espaço pretensamente urbano do libero-capitalismo da Regeneração. Nesta ambígua duplicidade, a sua figura entra no fundo cultural nacional, no nosso imaginário, pela negativa: não sendo exemplar, o zé-povinho é um signo de força própria e determinante; é um antiexemplar. Nas palavras de José Augusto França, a criação bordaliana do zé-povinho é um mito «que reúne am si as potencialidades positivas e negativas de uma nação que se autodefine romanticamente como generosa e boa, e se vê morrer, realisticamente, de ignorância e indiferença numa História sofrida».

De apelido Povinho, diminutivo de todos nós, Seu Zé nasce com respeito contraditório do que está para além de senhor (Seu) e do que está aquém do diminutivo dobrado (Zé e Povinho). Rapidamente se torna familiar perdendo o trato deferente e incorporando o todo das características tipificadoras das gentes portuguesas. Deformado e deformador impõe-se com o vigor que o eco da popularidade nacional lhe confere. Com argúcia desvenda a injustiça e o grotesco, mas é no entanto com paciência e submissão que digere o seu próprio destino.

7.Tecnica

II- Estrutura formal

1. Traço
Exprime se movimento do Desenho com o traço grosseiro da robustez que caricatura o nosso colectivo.
2. Formas
É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. A sua intervenção opinativa na vida do país revela-se miticamente como reflexo de desejos, sentimentos e necessidades que se descobrem pela praxis. Controversa e metafórica, a figura do Zé Povinho cresce na ambiguidade que se joga entre o cinismo social e a revolta genuína. Decorre da impotência que se denuncia no manguito e que exorciza com a sabedoria popular o acto de cruzar os braços.
3. Representação espacial
É bidimensional
4. Luz e sombra
A imagem não possui a sombra nem se quer tem focos de luz.
5: Cores
Nas cores não representam misturas e são harmónicas. As cores são a preto, branco e cinzento.
6: Organização espacial
Tem um eixo. O Zé povinho está inclinado com o respectivos objectos a esquerda dele.

7: Iconografia
Trabalho de:
Natalya Zhykharenko

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Contexto da Arte Nova

Começando pela contextualização, podemos considerar a Arte Nova, que surge por volta de 1880, como um estilo verdadeiramente inovador e criativo, dando um novo uso a materiais como o ferro, o betão, o vidro e o mosaico e rompendo tanto com o revivalismo como com a abordagem racional da arquitectura do ferro. É um estilo que se desenvolve principalmente nos centros urbanos, num clima europeu de paz económica e política, em que pessoas, mercadorias e ideias circulam mais rapidamente, graças ao desenvolvimento dos transportes.
A Arte Nova nasce apoiada em influências da arte oriental, das estampas japonesas, no gótico flamejante, no rocócó e em alguns princípios do movimento Arts and Crafts, impulsionado por John Ruskin e William Morris. Com este movimento a Arte Nova partilha um ideal unificador das artes, acabando com a diferenciação entre artes maiores e artes menores, a importância dada à valorização dos materiais e ambições mais utópicas como evitar as imitações e fazer ainda assim uma arte de baixo custo, acessível para o povo, o que se revela impossível, uma vez que muitos dos seus objectos manufacturados dificilmente poderiam concorrer com os preços da indústria. Este estilo caracteriza-se por formas curvas, sinuosas e fluidas que envolvem as estruturas, criando uma nova relação em que o ornamento se conjuga com a função, tendo grande importância na decoração, e transmitindo uma sensação de ritmo e movimento, utilizando elementos vegetalistas e zoomórficos, aproveitando-se das tecnologias e inovações que a sua época lhe oferece. Aquilo a que a que se pode chamar "a poesia do ferro". Trata-se de uma arte heterogénea, uma vez que se inspira nas tradições e mesmo nos materiais naturais de cada país, daí ser um movimento que surge com vários nomes: Modern Style na Inglaterra, Art Nouveau na França e na Bélgica, Jugendstile na Alemanha, Sezessionna na Áustria, Liberty e Floreale na Itália e Modernismo na Espanha. Na arquitectura é de destacar o trabalho de Victor Horta, Henry van de Velde, Mackintosh e Gaudi, na pintura, Mucha e Klimt e na joalharia, Lalique.
No caso português, a Arte Nova, como a arquitectura do ferro, teve uma chegada tardia, devido ao atraso português no que diz respeito à industrialização, e a sua expressão não foi muito significativa. Surge, em Portugal, subjugada à arquitectura tradicional, seguindo a estética francesa, funcionando essencialmente como arte decorativa, em azulejos, fachadas, gradeamentos, varandas, janelas, em palacetes, de uma classe mais abastada, e em pequenos espaços comerciais como quiosques, cafés e tabacarias. Como exemplo mais concreto temos a Padaria Inglesa e os azulejos de Bordalo Pinheiro na Tabacaria Mónaco do Rossio. A Arte Nova penetra também timidamente na pintura e na cerâmica, nas telas de Luciano Freire, nas obras de alguns pintores de azulejos e colaboradores da Fábrica de Cerâmica Constância e nas de Rafael Bordalo Pinheiro.


Trabalho de:
Joana Vieira

Animatógrafo do Rossio


O Animatógrafo do Rossio é um dos exemplos mais representativos da Arte Nova portuguesa. Após o Animatógrafo dos Armazéns do Chiado e o Music Hall, esta sala de cinema é inaugurada a 8 de Dezembro de 1907, com a longa metragem "A Aventureira", sendo propriedade dos irmãos José Cardoso Correia e Ernesto Cardoso Correia, na Rua dos Sapateiros. A sua lotação era de cem lugares. Apresenta uma fachada de madeira esculpida e pintada de verde escuro, com as formas vegetalistas próprias deste estilo, formas que envolvem a porta de entrada (a da direita), a de saída (a da esquerda) e a bilheteira (no centro), bem como os painéis de azulejos que estão colocados no espaço entre a bilheteira e as portas e nos quais figuram duas figuras femininas (uma em cada), segurando caules que culminam com lâmpadas, com elementos que poderiam lembrar uma imagem de Mucha, mas de forma não tão bem conseguida. Desconhece-se o autor da fachada, os azulejos são da autoria de M. Queriol. Durante a sua vida, o Animatógrafo foi, para além de cinema, palco de espectáculos de variedades e teatro infantil. Em 1984, a Associação Portuguesa de Realizadores propôs que a sua sede passasse a localizar-se ali, projecto que nunca se materializou. Dez anos mais tarde o espaço tornou-se uma sex-shop, tendo agora espectáculos de índole erótica.
Localização:


Trabalho de:
Joana Vieira

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009